“Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar.”
As cinzas moídas do bezerro de ouro permanecem em seus estômagos. Os levitas mataram cerca de 3000 de seus irmãos e o povo sofreu uma praga mortal. Mas pior do que tudo isso, o Senhor disse que não mais acompanhará o povo de Israel. Caso contrário, ele os destruiria no caminho devido à sua idolatria recorrente. Moisés sozinho viveria na presença do Senhor, mas não Israel. Aqui está o que o Senhor disse a Moisés: “A minha presença irá contigo, e eu te darei descanso” (v.14). Foi nesse ponto que Moisés respondeu: “Se a tua presença não vai comigo, não nos faças subir deste lugar…. Pois como se há de saber que achamos graça aos teus olhos, eu e o teu povo?” Moisés entendeu que a presença viva, graciosa e santa de Deus constituía Israel como nação.
Esse texto depende de uma interação muito importante do singular e do plural. O Senhor declarou que está abandonando seu povo e irá somente com Moisés (singular). Mas Moisés, em resposta, implora dizendo que essas pessoas são o povo de Deus e, portanto, Deus deve ir com todos eles (plural). Moisés não está disposto a abandonar seu posto como mediador e profeta por esse povo. Ou o Senhor vai com todos eles, ou eles permanecem onde estão.
Moisés poderia ter cedido ao orgulho e concordado que ele e seus próprios descendentes deveriam ser o novo Israel. Em vez disso, ele mostra que está interessado em sua salvação somente dentro do contexto de toda a nação estar debaixo de Deus. Ele está disposto a negar a si mesmo na esperança de garantir as bênçãos da aliança para todo o Israel. Não nos envie pelo caminho, a menos que o Senhor venha com todos nós!
O mediador de Israel foi submetido a um teste completo. Enquanto Deus, por um lado, revela sua grande ira contra Israel por sua idolatria, Ele também testa Moisés, seu oficial, para ver se Moisés permanecerá na lacuna em favor do povo rebelde de Deus. Moisés então permanece. Suas palavras provam sua fidelidade.
Nesse evento, a igreja recebe uma janela através da qual recebe um vislumbre precoce do grande oficial, Jesus Cristo. Deus deu Moisés a Israel para apontar adiante para o arquétipo. Pela graça de Deus e, finalmente, por causa da cruz de Cristo, Moisés agiu de maneira obediente e desinteressada (neste caso). Ele realmente ficou na lacuna e foi aceito.
Se o Senhor pôde dizer a Moisés: “Farei também isto que disseste; porque achaste graça aos meus olhos, e eu te conheço pelo teu nome.” (v.17), então o que Ele poderia dizer ao seu Filho unigênito? Sabemos que “Jesus, todavia, tem sido considerado digno de tanto maior glória do que Moisés” porque Ele foi fiel não apenas como um servo, como Moisés, mas como o Filho de Deus (Hb 3.3-6). Sua fidelidade a Deus supera a de Moisés em inúmeros graus, pois Ele comeu as cinzas do bezerro de ouro, sofreu a espada de seus irmãos e ficou sob a praga da morte da ira de Deus. Tudo por nós. Enquanto Deus se ofereceu para criar um novo povo de Moisés, Ele condenou seu próprio Filho. Este Filho, nosso precioso Salvador, não iria e não retornou à sua glória até que tivesse garantido a presença de Deus para nós. Ele não voltou sozinho com as palavras: “Eis aqui estou para fazer a sua vontade“, mas na companhia de muitos, com estas palavras: “Eis aqui estou eu e os filhos que Deus me deu.” (Hb 2.13).
Você se conhece como uma dessas crianças, salva por seu precioso sangue? Você mora na presença de Deus? Em Cristo, o povo redimido tem certeza: “De maneira alguma te deixarei, nunca jamais te abandonarei.” (Hb 13.5). Mas nenhum de nós é uma ilha e, portanto, devemos tomar cuidado para não ler essa promessa como se fosse apenas para indivíduos. Aqui a presença de Deus é prometida para todos nós como sua igreja. Nenhum de nós deve estar satisfeito por ser salvo sozinho. Pertencemos a um corpo no qual também devemos buscar a salvação de nossos irmãos e irmãs. Peça a Deus para mostrar onde que você está aquém deste assunto e depois aja de maneiras que sirvam a salvação do corpo de Cristo.
Artigo publicado originalmente na christianstudylibrary.org.
Tradução: Marcel Tavares.
Revisão: Ester Santos.
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